segunda-feira, 9 de agosto de 2010

XI FESTIVAL DE TEATRO DE GUAÇUÍ

DE 16 A 21 DE AGOSTO DE 2010

COMÉDIAS, DRAMAS, ESPETÁCULOS DE RUA, ESPETÁCULOS INFANTO-JUVENIS

ÀS 14 H

ÀS 16 H

ÀS 20 H

LOCAL: TEATRO FERNANDO TORRES E PRAÇA DA MATRIZ

ESTADOS PARTICIPANTES - ES, MG, RJ, SP, PE, BA, RS

terça-feira, 18 de maio de 2010

A semente


De repente

A semente

Que se fez em minha mente

Fez-se tão indiferente

Que não sente

Que o meu poente está dormente

E minha vida doente

Porque calmamente

Como uma serpente

Você partiu... de repente!



Sintonia


Houve um momento que julguei te amar.

Houve um momento que procurei te encontrar.

Houve um momento que tudo se quebrou

E de nossos momentos nada então restou.

Quis ser sua imagem refletida no espelho

E me fiz escravos de um só desejo.

Desejo de tua boca encostada na minha;

de teu corpo se confundindo no meu;

de tuas mãos entrelaçadas num único movimento

da pressão frenética de almas em entretenimento.

Quis ser teu amado virtual

No toque mágico, transcendental

de uma sintonia mais que fina

única, pequenina, intensa e poética.

Fui amado, sem nunca ter sido.

Fui idolatrado, embora não ídolo.

Fui o que sobrou, cacos de vidros

espalhados pelo chão.

O espelho se partiu num só momento.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

O sal das ondas


Você é o meu por do sol

meu bem, meu mal

o sal das ondas do mar...

É a maré em alta,

é o sonho, é a valsa

rodopiando no vento

que balança o coqueiro

da minha existência.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Novas palavras

Era um dia de festa
Maquiagem no rosto
Tecidos em pleno movimento
Na dança do vento
E quem sabe da chuva.
Queria a praça
Mas só veio lamento...
Não foi dessa vez,
Não foi esse momento,
Quem sabe no próximo ano
A brincar nos sonhos.
Três destinos
Três histórias
A desafiar o menino
Escondido na máscara
de Soberano.

segunda-feira, 15 de março de 2010

CRÔNICA DE UM AMOR SUBURBANO




Não é a solidão que invade meu peito.
Não é a dor da partida, nem a despedida.
É uma ausência indefinida
Numa busca constante, no vago, no impreciso.
É um querer te tocar sem nunca ter te visto.

Tudo é incômodo, tudo é pensamento
E por um momento me perco, desvaneço.
Quero o que não encontro, o tropeço
Amando aqui o que desconheço
Ou se conheço, é fugaz, passageiro.

Quero o que não permitido, proibido.
A tua boca num constante gemido
De prazer, de suspiros, de volúpias...

E sem saber vou me perdendo
Retirando de mim minha essência,
Fruto da vivência, que não é dor, nem ausência.

terça-feira, 2 de março de 2010

PEÇA REAL


As luzes se acenderam...
Eu parado,
o palco iluminado,
olho esse cenário...
pertenço a ele.
Faço parte desta peça,
figuro em seu ato;
faço parte deste texto,
sou uma fala perdida.
Sou o riso e o choro,
os aplausos e os apupos.
Quem sabe sou o protagonista
de uma grande farsa?
Viver!
Quem sabe sou o vilão
da minha própria história?
Talvez seja as luzes que se acenderam,
pois quero brilhar.
Sou ator da vida,
represento minhas próprias ilusões...
choro os meus fracassos,
mas sou capaz de aplaudir os meus sucessos.
Sou herói de uma peça real:
A vida.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Dança


Numa tarde você apareceu
Sorriso tímido estampado na face,
Com uma flor assegurada nas mãos,
E ao som de um tango,
Rodopiou sensualmente
Como se dançasse só para mim.

A música inebriou minha alma
Perdi a calma, o rumo,
Entreguei-me em seus beijos
E tonto de desejo
Rodopio nessa dança sem fim.

Pelas estradas sinuosas
Em noites de chuva, e escuridão,
Fiz das estrelas longínquas companheiras
E da lua minha amante
Para beijar sua boca na imensidão.

A paixão rompeu o meu peito
E meio sem jeito me arremessei
Acho que até perdidamente
Pois a razão deixou meu corpo
E um anjo torto se fez revelar.

Cada palavra, cada gesto, cada olhar,
Cada frase mal acabada
Ou apenas na noite calada sussurrada
Fez-me feliz numa efêmera situação
De um amor correspondido, mesmo que ilusão.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Êxtase




O corpo se rende, ofega
Não resiste, se entrega
Atropela a razão,
Pula, exalta, explode
É pura emoção.
Afagos, carícias, abraços
As pernas tremem, se comprimem
Cada toque, nada os reprime
Encostados no muro, na pia,
Jogados no chão
Estendidos os corpos num pano
Cenário daquela volúpia
Catarse com
Peles molhadas,
Suor e sofreguidão
Não há pecado, não há malícia
Tudo se apaga do lado de fora
Não há cobrança,
Não há solidão.
Gritos os trazem de volta
Folhas caindo no chão
O telefone que toca incessantemente
Tudo dormente
Dolente
É prazer jorrando dos corpos
O beijo, as chaves,
A separação.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Farois

Faróis

O punhal dilacerando a carne
A romper as entranhas secretas
De um território ainda inexplorado.
Um misto de prazer e dor
Em lágrimas e suor a escorrer pelo corpo.
Vence o cansaço, o medo.
Transporta-se para uma nova dimensão
Feito homem, menos menino,
É mais amante, amado, sedutor.
O crime praticado, o ato de violação,
A canção inaudível no rádio
Enquanto o corpo é entrega.
Faróis distantes, corpos em movimento.
Sedento, inicia a fuga.
Não foge do que se aproxima
E sim do que viveu
A consolidação de sua sina.
(Lá no céu os primeiros raios da manhã...)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Desencantamento

Fiz de uma ilusão o meu sonho
E transformei uma imagem numa esperança.
Acreditei que pudesse aquecer meu coração
Numa doce palavra, numa dose pequena de emoção.
Mas que vi que tudo era conto
De falsos cavalos brancos, e herois
Que não havia fadas, princesas ou príncipes
Talvez bad boys a povoar meu mundo.
De súbito acordei para a realidade
De bruxas a fazer maldades
Porém, já era tarde
O encantamento já existia
E queria, adormecer em seus braços,
Sentir o doce abraço
Da chuva fina a molhar nosso rosto.