segunda-feira, 15 de março de 2010

CRÔNICA DE UM AMOR SUBURBANO




Não é a solidão que invade meu peito.
Não é a dor da partida, nem a despedida.
É uma ausência indefinida
Numa busca constante, no vago, no impreciso.
É um querer te tocar sem nunca ter te visto.

Tudo é incômodo, tudo é pensamento
E por um momento me perco, desvaneço.
Quero o que não encontro, o tropeço
Amando aqui o que desconheço
Ou se conheço, é fugaz, passageiro.

Quero o que não permitido, proibido.
A tua boca num constante gemido
De prazer, de suspiros, de volúpias...

E sem saber vou me perdendo
Retirando de mim minha essência,
Fruto da vivência, que não é dor, nem ausência.

terça-feira, 2 de março de 2010

PEÇA REAL


As luzes se acenderam...
Eu parado,
o palco iluminado,
olho esse cenário...
pertenço a ele.
Faço parte desta peça,
figuro em seu ato;
faço parte deste texto,
sou uma fala perdida.
Sou o riso e o choro,
os aplausos e os apupos.
Quem sabe sou o protagonista
de uma grande farsa?
Viver!
Quem sabe sou o vilão
da minha própria história?
Talvez seja as luzes que se acenderam,
pois quero brilhar.
Sou ator da vida,
represento minhas próprias ilusões...
choro os meus fracassos,
mas sou capaz de aplaudir os meus sucessos.
Sou herói de uma peça real:
A vida.