quinta-feira, 27 de março de 2014

O TEATRO CAPIXABA EM ALTA

27 de março, Dia Mundial do Teatro. Ele foi criado em 1961, pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI), data da inauguração do Teatro das Nações, em Paris, sendo uma forma de fazer refletir sobre essa arte e na sua importância no contexto histórico, afinal ele existe desde a era primitiva.
O marco principal do surgimento do teatro foi a reunião de um grupo de pessoas em torno de uma fogueira, para se aquecer do frio e ali contar os fatos ocorridos durante o dia. A representação existe desde os tempos primitivos, quando os homens imitavam os animais para contar aos outros como eles eram e o que faziam, se eram bravos, se atacavam, ou seja, era a necessidade de comunicação entre os homens, e isso se projetava em suas sombras.
As homenagens aos deuses também favoreceram o aparecimento do teatro. Na época das colheitas da uva, as pessoas faziam encenações em agradecimento ao deus Dionísio (deus do vinho), pela boa safra de uvas colhidas, assim, sacrificavam um bode, trazendo para a comemoração os primeiros indícios da tragédia.
Para comemorar o Dia do Teatro, a Federação Capixaba de Teatro realizou em Baixo Guandu, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, o VII Festival Capixaba de Teatro e lá reuniu grupos e companhias de todo o Espírito Santo, que mostraram desde performances a comédias e tragédias, em variadas linguagens. É um festival que renasce das cinzas.
A participação do Sul do Estado
Do Sul do Estado quatro montagens estiveram participando. De Cachoeiro,  o Grupo Ela de Teatro encenou “A tímida luz de velas”, texto de Milson Henriques – consagrado escritor capixaba, que mostra as mazelas de duas velhas senhoras recordando seu passado. Também de Cachoeiro, com parceira de Guaçuí, o Grupo de Teatro Anônimos encenou “A Culpa”, baseada na obra de Franz Kafka intitulada “Carta ao Pai”, na interpretação de Luiz Carlos Cardoso.
De Divino de São Lourenço, o Circo Teatro Capixaba levou para aquela cidade do norte do Estado o espetáculo de rua “Pé de que tem”, numa montagem que reúne cortejo, poesia, teatro de rua e manifestações populares. O espetáculo conta com interferências populares, assim como eram as procissões dionisíacas. Liderados por Willian e Ananda, a trupe puxou as atividades comemorativas do Dia Mundial do Teatro.
Guaçuí em cena
Em comemoração aos seus trinta anos, o Grupo “Gota, Pó e Poeira” levou àquele festival a montagem “A saga amorosa dos amantes Píramo e Tisbe”, numa adaptação livre da obra de Shakespeare. Foram duas sessões repletas de muito riso, que cativaram o público da cidade de Baixo Guandu, e muitos assistindo pela primeira vez a um espetáculo teatral. As sessões ocorreram dentro da sede da cidade, numa lona de circo, e outra no interior, na comunidade rural Km 14.

Ainda comemorando o Dia do Teatro, a companhia guaçuiense trocou de malas e figurinos e viajou para o Paraná onde encenam “Estórias de um povo de lá” e “Bumba meu boi”, até o dia 31 de março, nas mostras Fringe e ES EM CENA, dentro do Festival de Teatro de Curitiba, um dos mais importantes do país.

segunda-feira, 10 de março de 2014

O que fica do Carnaval

O carnaval chegou ao fim e a ressaca da quarta feira de cinzas foi a tônica nos ambientes de trabalho. Muitos reclamaram em voltar às atividades profissionais, logo após do almoço, para dar continuidade aos afazeres e projetos, mas a vida segue seu curso, e em ritmo acelerado como nas homenagens ao Senna na “Unidos da Tijuca”, campeã do carnaval carioca. E de outro lado, já em São Paulo, o sambódromo de lá parou em ritmo de procissão para edificar a fé com a “Mocidade Alegre”. Muitos gostariam ficar parados, descansando para a quinta-feira, no ritmo de quaresma.
Já em Guaçuí não houve escola vencedora, e sim a comunidade que viu renascer das cinzas o seu carnaval com escolas de samba. Os blocos se reuniram e trouxeram para avenida alas completas com baianas e passistas; ala de crianças; carros alegóricos; comissão de frente; mestre sala e porta bandeira; rainha e madrinha junto à bateria. E como reiniciar sempre é mais complicado, é um começo que pode gerar bons frutos, principalmente quando os foliões, além de vestirem as fantasias, colocarem mais empolgação e samba no pé, e brincar na avenida, principalmente inspirado naquele cordão que segue a escola no término do desfile. Mas isso já é para o próximo ano!
Como destaque teve o retorno de Geralda, antiga porta-bandeira de tradicionais escolas de samba de Guaçuí, como um dos pontos altos. Ela, com a elegância de sempre, soube conduzir o pavilhão da “Unidos” no desfile na Marechal Floriano. Outro bom momento foi a participação do Ballet Guaçuí na comissão de frente, sob o comando do professor Glheison Ricardo. Mesmo com pouco tempo de ensaio, já demonstram que criatividade não vai faltar se a proposta desse carnaval tiver continuidade.
Dia Internacional da Mulher
No dia 08 de março, em todo o mundo, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, sendo uma reflexão sobre a luta de operárias que deram suas vidas em busca de conquistas profissionais. Nesse dia, em várias partes do país e de outros continentes, mulheres estarão sendo homenageadas por serem destaques em suas respectivas áreas. E é isso que a Câmara Municipal de Guaçuí se propôs a fazer, nesta data, em sessão solene, destacando senhoras que de uma forma ou outra contribuem para o desenvolvimento de nosso município. São mulheres guerreiras, dedicadas, generosas, competentes, líderes, que tornam a vida melhor para muitos de suas famílias ou do ambiente de trabalho.
E nessa reflexão como não se lembrar do exemplo de vida de Emiliana Emery, viúva e com sete filhos? Ela arregaçou as mangas, numa sociedade machista da época, e foi trabalhar em profissões que eram de domínio masculino. Foi padeira, alfaiata, hoteleira, doceira, entre tantas outras, e acabou se destacando na política, sendo uma das pioneiras no voto feminino no Brasil, partidária de imponentes vultos da história política do Espírito Santo e do Brasil. Essa é uma história que deve ser contada em salas de aula na Região do Caparaó, sem dúvida.
Parabéns, mulheres! Que a cada dia alcance mais o espaço merecido e que sejam mais que o cantado nas atuais melodias brasileiras, pois são esteios – cada vez mais – de suas famílias e de nossa sociedade.