segunda-feira, 25 de abril de 2022

Sobre ontem

 

Há muito ele não sentia aquele aperto no coração

Aquela vontade de estar ao lado de alguém

Como naquele momento sentira.

Há muito não sentia no estômago aquele frio

E nem as mãos suando, deixando-o perdido.

Bastou olhar aquele olhar da cor da jabuticaba


Que que suas pernas tremeram

E sentiu o chão faltar-lhe aos seus pés.

Há muito não observava um sorriso tão branco e franco

Puxando para si o desejo do beijo

Como ondas atraindo-o para o mar.

(Ele sempre tivera medo das ondas fortes do mar)

Ao mesmo tempo tão próximos e tão distantes

Procurava ele em fugazes instantes

Aquecer seu coração com pequenos toques

Tão repletos de doçura e sentimento fraterno.

Sua mente girava... seu olhar o procurava...

Não sabia o que era aquilo nem para onde ia.

Talvez nem precisasse saber, apenas vivia!

Vivia aquele doce momento que se transformava

E que horas depois talvez esvaísse em sua visão.

Sem o abraço e o beijo e tão esperado

Foi assim, em carpe diem, que a distância se fez

E o coração ficou entrelaçado.