Há muito ele não sentia aquele aperto no coração
Aquela vontade de estar ao lado de alguém
Como naquele momento sentira.
Há muito não sentia no estômago aquele frio
E nem as mãos suando, deixando-o perdido.
Bastou olhar aquele olhar da cor da jabuticaba
Que que suas pernas tremeram
E sentiu o chão faltar-lhe aos seus pés.
Há muito não observava um sorriso tão branco e franco
Puxando para si o desejo do beijo
Como ondas atraindo-o para o mar.
(Ele sempre tivera medo das ondas fortes do mar)
Ao mesmo tempo tão próximos e tão distantes
Procurava ele em fugazes instantes
Aquecer seu coração com pequenos toques
Tão repletos de doçura e sentimento fraterno.
Sua mente girava... seu olhar o procurava...
Não sabia o que era aquilo nem para onde ia.
Talvez nem precisasse saber, apenas vivia!
Vivia aquele doce momento que se transformava
E que horas depois talvez esvaísse em sua visão.
Sem o abraço e o beijo e tão esperado
Foi assim, em carpe diem, que a distância se fez
E o coração ficou entrelaçado.