segunda-feira, 4 de maio de 2020

A guera invisível


O medo chegou!  Fecharam-se as portas! Abriram-se janelas!
Palcos vazios...
Artistas ilhados, isolados, parados!
Telas virtuais. Lives!
Distanciamento, isolamento, confinamento...
Quantas mortes, meu Deus!!! Choram os filhos da pátria mãe gentil.
Mortandade... em qualquer idade!
Ocupação, lotação, superlotação!
Caos em mutação! Omissão!!!
Indignação... indignada... nação em abandono
Órfã...
Com máscara.
Sol... solidariedade... dignidade
Sonoridade de panelas que batem em protestos
E palmas aos que estão em avant gardem.
Parar... parado... ficar... ficar em casa
Para achatar a curva
E não derrapar com o carro
Descendo a ladeira abaixo
Proteção, proteger, evitar!
Não à multidão!
Mas quanta gente sem razão!
Loc down!!! Down em mim!
No meio do choro de uma multidão
No meio da praça,
Para a sua claque de riso frouxo
Sem máscara, Um insano grita!
E daí?

sexta-feira, 1 de maio de 2020

HORA ÚNICA



...
O manto escuro da noite
Cobre de silêncio a cidade.
Lá longe uma luz me seduz
Faz com que eu caminhe
Por trilhos nunca imaginados.
Vou só, procurando-te ao longe!
Quero encontrar-te neste silêncio,
Nesta hora única de solidão e dor.
A luz se aproxima de meus olhos;
Uma neblina a envolve
Tornando-se uma nuvem cor de rosa.
Um ser, de braços abertos,
Avisto à distância,
Mas a nuvem o envolve lentamente...
Continuo seguindo sozinho.
Agora estou mais próximo do que nunca:
Sei que vou encontrar-te
E poderei roubar-te beijos.
Sim, esta luz está neste instante em mim.
Estou envolvido pelo teu perfume
Pelo teu amor...