À professora Ivanete da Silva Glória Dalmácio
Houve um tempo em que se
falava das flores
Falava-se da lua prateada
a enfeitar o céu
Falava-se do mel dos olhos
da doce menina
Falava-se da manhã raiada
que pensava perdida.
Houve um tempo de corações
brandos e ternos
De homens de mãos
estendidas, fraternos.
De beijos roubados num
portão
E a matéria das matérias
eram sentimentos.
Houve um tempo em que da
ilusão se fazia versos
Que não se era escravo do
tempo e da hipocrisia
Que mesmo de dia, estrelas
pipocavam no ar
Em busca da criação, da
composição, do sonhar.
Houve um em tempo que da
chuva sonetos brotavam
Que trovadores enfeitavam
a rua com acordes
Enquanto olhares cruzavam
as esquinas
À procura de suas musas,
elegantes senhoras.
Houve e há um tempo que é
permitido extrair do presente
A matéria que nos faz
sensíveis e ao mesmo tempo fortes
Para compor uma obra –
mesmo que não seja prima –
Mas que prima por nos
encantar sendo poesia.
Houve e há um tempo, que
mesmo moderno,
Tem garimpeiros das
emoções – por isso – poetas.
14 de março – Dia da Poesia
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