domingo, 1 de julho de 2012

A outra face


Ele se desnudou frente ao espelho.
Contou todos os seus segredos
Que entulhavam em sua alma.
Fez do espelho seu confidente,
Seu amante, seu companheiro.
 Entregou-se por inteiroàquela relação.
Mas, como sempre, sabia
Que tudo não duraria mais que um encontro
Por ser tão instável o tempo da paixão.
Na frente do espelho diáfano
Desfrutou de todo o prazer
E viu sua imagem refletida,
Sentida, solitária, prestes a desaparecer.
Não haveria outro encontro na tarde seguinte
Nem troca de imagens em soslaio
E seu coração bateria no compasso da ausência
Pois a intrusa presença seria apenas percebida
Nos veios do pensamento como ilusão.

Um comentário:

  1. Putz... com o perdão da comparação, mas essa é uma masturbação de desabafos e afagos... ele, diante de si, se condescendia... Lindo!!!

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